quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pentecostes

Após o acontecimento de pentecostes houve uma ação e duas reações. “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em várias línguas conforme o Espírito Santo lhes concediam que falassem.” (At 2,4) Esta foi à ação, “começaram a falar.” A primeira reação foi positiva a palavra que vinha do cenáculo: “judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus”! (At 2,11) Uma grande parte dos que estavam na Praça em Jerusalém ouviam a narrativa das maravilhas de Deus e o interessante é que apesar de várias nações, cada um ouvia em sua própria língua. A outra reação era uma crítica em tom de zombaria e partia de uma minoria que também estavam na Praça: “Outros, porém, escarnecendo, diziam: Estão todos embriagados de vinho doce”. (At 2,13)
Diante de tal reação, Pedro toma a palavra e começar a explicar para todos os freqüentadores da Praça o que estava acontecendo dentro do cenáculo. Logo no início do discurso de Pedro, nós chegamos a um entendimento maravilhoso sobre o acontecimento de pentecostes. “Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: Homens da Judéia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras.” Ao ficar de pé e tomar a palavra com o apoio de todo colégio apostólico, fica bem claro que esse gesto de Pedro indica que o derramamento do Espírito Santo é um indicativo forte do caráter missionário da igreja. O Espírito Santo nos é dado em função da missionariedade, para que no poder do Espírito nós possamos anunciar o Evangelho aos de perto, mas também além fronteira. Relacionando o acontecimento de pentecostes ao cumprimento da promessa de Deus guardada pelo profeta Joel, Pedro usa uma frase muito interessante: “Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala.” Pedro situa aquele acontecimento como nos últimos dias, Ele não fala de final dos tempos, de fim do mundo, mas de últimos dias. Talvez ele quisesse indicar uma geração que estava chegando ao seu final, e que precisava urgentemente experimentar a Salvação pelo derramamento do Espírito Santo e pelo anúncio do Evangelho.
Nós também estamos vivendo os últimos dias, ou seja, o fim de uma geração que precisa ser salva pelo conhecimento de Jesus Cristo ou ela irá se perder nesse mundo “maluco” que estamos vivendo. Somos os empregados da última hora, segundo a imagem da parábola dos trabalhadores da vinha, guardada pelo Evangelista Mateus. Deus está dando a nós o mesmo denário que deu aos empregados da primeira hora que se encontravam reunido no cenáculo de Jerusalém. Deus está nos revestindo de colhedores de uva, esta investidura não é outra coisa senão um copioso derramamento do Espírito Santo.
Ao abrimos à graça de pentecostes, temos duas certezas: salvaremos nossa geração e deixaremos para nossos filhos e netos um mundo cristianizado e uma sociedade mais fraterna e justa, fundamentada nos valores do Evangelho.
Para finalizar deixo essa passagem belíssima do DECRETO AD GENTES, SOBRE A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA. (proêmio 1) “No estado atual das coisas, de que surgem novas condições para a humanidade, a Igreja, que é sal da terra e luz do mundo, é com mais urgência chamada a salvar e a renovar toda a criatura, para que tudo seja instaurada em Cristo e n'Ele os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus.”



Vitório Evangelista Chaves.

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