domingo, 27 de novembro de 2011

primeiro domingo do advento

Primeiro domingo do advento. Ano B - 27/11/2011
Primeira leitura: profeta Isaias 63, 16b-17.19b, 64,1-7. Segunda leitura 1COR 1,3-9. Evangelho: MC 13, 33-37
Nesta leitura o profeta destaca a oração do povo repatriado, após longo tempo no exílio. Agora esse povo enfrentava a dura realidade da reconstrução de Jerusalém, não somente a reconstrução da cidade de pedra, mas, sobretudo da Jerusalém viva, do corpo Profético, que alicerçados na fé deveriam reconstruir a comunhão com Javé.
A oração está dividia em três partes que retratam os sentimentos predominantes no coração do povo recém chegado a capital teocrática: Solidão, reconhecimento do seu pecado e esperança no cumprimento da promessa feita por Javé.
A solidão encontrava razão de ser no coração daqueles que conservava no coração a Jerusalém antes do exílio. Apesar de anos a fio de exílio, de distanciamento do templo, da liturgia, o castelo erigido pela fé permanecia intacto. Mas a Jerusalém real não era se quer sombra dessa cidade cultiva e conservada pela na presente no coração.
O reconhecimento do ser pecador era justamente porque o povo e acima de tudo a liderança religiosa não tinha dado ouvido a palavra de Deus pela boca dos profetas que os chamava a uma verdadeira conversão
No momento presente tanto a solidão como o reconhecimento do pecado, deveria se apenas um trampolim para arremessar o povo para a esperança na promessa de Javé. Não podemos deixar esses sentimentos transformarem em depressão e sentimento de culpa que como pesadas pedras, amarradas os nossos pés nos arrastem para o fundo do mar.
É justamente isso o tema do trecho da carta de Paulo aos Corintios. (1COR 1,3-9) Ele agradece a Deus o efeito produzido pelo anúncio do Evangelho no seio daquela comunidade. A Palavra de vida acolhida no coração do povo produziu esperança. Os do Espírito Santos eram abundantes, tanto os da ciência como os da palavra. Esses dons cultivavam na comunidade a esperança na manifestação definitiva de Deus de a concretização de sua promessa.
Na parábola contada por Jesus no Evangelho, Ele mostra-nos a necessidade de permanecemos vigilantes. Somos os servos do Reino, os quais o Senhor confiou à tarefa da restauração do Reino no meio em que vivemos.
É bom atentarmos para um fato importante, pois a um dos servos, o Senhor confiou à tarefa de ser o porteiro do Reino. O porteiro tinha uma triplica missão: manter os olhos na estrada, sempre esperando o retorno do Senhor, manter os demais servidores acordados, trabalhando na expectativa da volta do Senhor, e manter o portão fechado para que os inimigos do Reino não entrassem para destruí-lo
Às vezes pensamos que não sabemos a hora que o Senhor vai chegar, e claro que sabemos, ele disse para os servos a hora de retorno. Ele vai chegar à tarde, a noite, de madrugada, ou ao amanhecer, portanto basta ficarmos de vigília. À tarde devemos nos proteger do sol escaldante, a noite acendermos as velas, na madrugada fugirmos da cama e no amanhecer alimentarmos nossa esperança.
É hora de cultivar a esperança, não desanime. Alimentados pela promessa do Senhor Jesus caminhemos em meios as vicissitudes rumo ao Reino definitivo.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RECORDAÇÃO

Recordação

Esse dia me trás muitas recordações, aliás, não me trás muitas recordações e sim muita recordação, pois nada foi tão marcante do que nascimento de Gislene Lopes Chaves, em dez de novembro de 1980. Esse foi o dia do seu nascimento minha filha! Foi o dia em que me tornei pai de maneira audível, visível e sensível, pois pude ouvir teu choro, ver teu rosto e sentir seu cheiro e a suavidade de sua pele.
Lembro-me bem quando cheguei à maternidade Frederico Ozanan para poder te ver pela primeira vez. Quando a enfermeira do berçário com você no colo e voltando para mim, disse: “essa é sua filha”. Meu coração quase parou de tanta emoção, fiz cara de choro, esbocei sorriso, coloquei a mão no queixo e confesso, não sabia o que falar.
Se mil vezes eu nascesse, mil vezes eu queria ser pai, pois sem dúvida essa é a experiência mais bela que o homem pode fazer, (minha opinião). Agora ser pai de uma filha como você é um dom especial de Deus. Quando eu te vi pela primeira vez, seu rosto irradiava luz, no silencio em que eu me encontrava e com o olhar cravado em você, eu dizia com a voz do coração: “meu Deus, eu sou pai da menina mais linda do mundo”. Linda no exterior e linda no interior.
Confesso que aos 18 anos de idade eu não tinha nenhuma experiência para educar uma filha, mas você foi me ensinando a abrir mão de tantas coisas ilusórias para que eu pudesse me dedicar a você. Sabe minha filha sei que não fui o pai que você merecia ter, tenho consciência que meu amor não atendeu a sua expectativa em vários momentos, mas sei que eu te amo com toda minha capacidade de amar e não hesitaria em abrir mão de minha vida para vê-la feliz.
Ver você completar 31 anos hoje, é para mim uma dádiva de Deus. Se eu for contar às vezes que tive que chamar sua atenção, ou corrigir, não dá pra encher os dedos de uma mão. Você como raras pessoas que eu vi na vida, soube ser filha, irmã e mãe. Mãe não somente do Guilherme, (maior presente que você me deu) mas mãe dos seus irmãos. Não sei se você se recorda de quando você veio falar comigo que estava grávida, eu lhe respondi: “se você for para seu filho a metade de mãe que você é para seus irmãos ele será o filho mais feliz do mundo. E não deu outra, ele é mesmo!
Com esse texto minha filha eu quero lhe desejar um feliz aniversário, que o Deus de infinita bondade, que me deu a graça de ser seu pai, te abençoe, cumule sua vida de realizações e faça acontecer os desejos mais prementes de seu coração.
Você me conhece bem, sabe que cara a cara, olho no olho, eu começaria a chorar e não conseguiria lhe dizer tudo o que eu quero dizer, aliás, nem escrevendo aqui eu dou conta, só Deus sabe o esforço que fiz para embargar as lágrimas, e quando não consegui, perdi a conta de quantas vezes esfreguei os olhos.
Para terminar, eu peço licença ao poeta para lhe dizer o que sinto: “Eu tenho tanto pra te falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você”!
10 de novembro de 2011.

Vitório Evangelista Chaves.