domingo, 29 de janeiro de 2012

Quarto domingo do tempo comum

Primeira leitura: Deuteronômio 18,1-20 Segunda Leitura: 1Cor 7,32-35 Evangelho: MC 1.21-28 Depois de ouvir o ensino de Jesus na sinagoga de Cafarnaum, o sentimento de admiração era unânime, no coração daqueles que se encontravam presentes. Jesus ensinava como quem tinha autoridade, diferente dos mestres da Lei. Os doutores da Lei impunham autoridade e Jesus tinha autoridade, essa era a diferença que dava credibilidade ao que Jesus ensinava. O povo de Israel em geral, acreditava em Moises, porque ele tinha autoridade, autoridade concedida pelo próprio povo. Moises havia convocado todo povo para ouvir Deus falar na montanha do Horeb, mas eles com medo de Deus deram a Moises uma procuração para ouvir Deus em nome deles e depois os transmitir a palavra da Lei. Nessa leitura do livro Deuteronômio 18, 15, Moises afirma para o povo que o Próprio Deus fará surgir um Profeta, a esse o povo deverá ouvir, pois esse vem com autoridade divina. Esse no profeta será mediador de uma nova aliança, pois em sua humanidade, Ele tem a plenitude da divindade. Encontramos no episodio da sinagoga de Cafarnaum, dois sinais claros que identificam a instauração definitiva do Reinado absoluto de Deus no meio de seu povo. Quando João Batista, por meio de dois dos seus discípulos pergunta a Jesus se ele é o Messias que devia vir ao mundo, ou se deveriam esperar outro, entre outros sinais dados por Jesus, ele disse esse: “… e a pobres se anuncia o Evangelho”. (LC 7,22) Quando Jesus afirma que a pobres se anuncia o Evangelho, Ele fala de uma exclusividade preferencial e não excludente. Todas as classes sociais têm direito a ouvir o anúncio da Palavra de Redenção. A diferença é de pessoas que dela se acham necessitadas e tem pessoas que acham que dela não tem necessidade. Temos o pão como símbolo do alimento mais barato, todas as pessoas por mais pobres que sejam tem acesso a esse alimento, mas o pão não é exclusividade do pobre, o rico pode comprá-lo na mesma padaria. Assim é o Evangelho, ele é o pão da graça de Deus, todos os que dele necessita tem livre acesso. O outro sinal é a libertação do homem possuído pelo espírito do mau. Em outra passagem do Evangelho, Jesus vai dizer: “Mas se é pelo dedo de Deus que expulso os demônios, é porque o Reino de Deus já chegou até vós”. (LC 11,20) Portanto, estamos diante de dois sinais que tira de nós o véu e nos faz ver com clareza o Reino de Deus presente em nosso meio, cabe a cada um aderir-se ale ele, passando pelas portas da fé e da conversão. O espírito imundo que possuía aquele homem sabia que Jesus era o santo de Deus, entretanto foi expulso, pois o orgulho lhe impede de crer para a conversão. Paulo na carta aos coríntios, muito mais afirmar de que se deve ou não deve casar, ele nos ensina que no estado de vida que fomos chamados para entrar no Reino, nós devemos nos comprometer com ele, com responsabilidade e dedicação. 29/01/2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CONVERSÃO DE SÃO PAULO

Primeira leitura, Atos 22, 3-16 - - Evangelho MC 16,15-18 vinte de cinco de Janeiro, a Igreja celebra a festa da conversão de são Paulo. Junto com João Batista, no calendário litúrgico, sãos os únicos que tem duas datas celebrativas no ano. Paulo é o único santo que a igreja celebra a conversão. Normalmente celebra-se nascimento, ou martírio. O livro dos Atos dos Apóstolos nos contempla com três narrativas da conversão de Paulo. A primeira em At 9,1-20, narrada por Lucas, a segunda, em At 22,1-21, contatada por Paulo aos Judeus e a terceira, também contada por Paulo ao rei Agripa, em sua autodefesa, At 26, 1-23. Nesse ensino, nós nos basearemos na narrativa de Atos dos Apóstolos 22, mas recorreremos nas outras duas narrativas, para jogar mais luz ainda nessa maravilhosa e valiosa experiência de conversão para a vida da Igreja e de seus Filhos. Analisaremos versículo por versículo a partir do capítulo 22, 6 e permitiremos que o Espírito Santo nos conduza pelo caminho da conversão de Paulo, ao Coração Misericordioso do nosso Deus e Pai “Ora aconteceu na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz vinda do céu, brilhou ao redor de mim” (V 6) A experiência de Deus acontece quando nós nos colocamos a caminho, quando começamos a questionar nossa verdade que até então era verdade absoluta. Até o testemunho de Estevão, Paulo tinha a Lei e a doutrina Farisaica como verdade absoluta e inquestionável. Entretanto a partir da pregação e do testemunho de Estevão, que viu o céu aberto, a glória de Deus e Jesus de pé a direita de Deus, a verdade de Paulo sofre um abalo cismo que compromete suas estruturas. Paulo então começa a viagem para Damasco, se põe a caminho querendo salvar sua verdade da ruína total, queria ele por meio da perseguição abalar a Verdade que os Apóstolos acreditavam. A pior perseguição não é essa que leva ao derramamento de sangue os membros da igreja, a pior é a indiferença religiosa, pois essa não produz fruto. Paulo não se acomoda com o que ele acreditava, corre em busca da Verdade Suprema até ser encontrado por Ela. Ele conta: “por volta de meio dia, de repente, uma grande luz vida do céu brilhou ao redor de mim”. Era meio dia, horário em que a pouco vestígio de sombra sobre a terra, ou seja, Paulo afirma que viu com clareza o acontecimento, não foi um devaneio, um delírio de que estava a procura de experiência sobrenatural. Recorrendo a Atos 26,13, vamos entender a profundidade desse momento. “Ó rei, estava eu a caminho, quando pelo meio dia, vi uma luz vinda do céu, mais brilhante que o sol”. Paulo não era um homem que vivia nas escuras da fé, ele tinha luz, a luz que vinha da escola de Gamaliel, vinha da terra, o conhecimento da Lei. Agora ele é envolvido por uma luz vinda do céu, luz que ofusca completamente a luz que ele trazia em si. A luz do conhecimento de Cristo Jesus, não é uma iniciativa humana, mas do próprio Deus. Essa luz vinda do céu derruba nosso conceito mesquinho que temos de Deus. “Cai por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saul, Saul, porque me persegues”? Só caído por terra é que somos capazes de ouvir a voz de Deus. Na luta grego romana, na época de Paulo, o oponente só ouvia a voz de seu adversário, quando esse o derrubava por nocaute, quando a voz de que o derrubara chegava-lhe ao ouvido, era sinal de sua derrota. Quando a doce voz de Jesus ressoa no coração e nos ouvidos de Paulo, ele reconhece que tinha sido nocauteado por aquele que ele dentava derrubar, ou como ele mesmo afirma: “eu fui alcançado por Cristo”. Foi alcançado por quem ele perseguia. Vejamos agora a importância do versículo 9: “Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que falava”. Aparentemente os companheiros de Paulo fizeram a mesma experiência dele, ambos foram envolvidos pela intensa luz vinda do céu, entretanto nada sabemos do apostolado dos companheiros de Paulo, nem se quer sabemos se após serem envolvidos pela luz converteram verdadeiramente. Digo isso, porque a experiência deles, não foi plena como a do filho da tribo de Beijamim. Eles viram a luz, mas não ouviram a voz de Jesus, não fizeram experiência da Palavra de Deus em suas vidas. Toda experiência mística, por mais intensa que seja, ela só perdura e dá fruto para a Igreja, se a pessoa agraciada escutar a voz, aceitar ter a vida conduzida pela Palavra de Deus. Vejamos bem, na queda ao ser envolvido pela luz, Paulo escuta a Palavra de Jesus e logo acredita em seu Senhorio: “Quem és tu Senhor”? Pela regra da luta grego-romana, Paulo sabia que tinha sido derrotado, portanto agora ele era escravo de seu adversário, por isso ao ouvir a voz crer no Senhorio e agora que o conhecer mais profundamente. A segunda pergunta de Paulo é muito esclarecedora: “Que devo fazer Senhor”? A partir dessa pergunta, ele passa a ser guiado pela Palavra de Deus. “Levanta-te e vai para Damasco. Ali de explicarão tudo o que deves fazer”. (V 10) “Como não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros”. Apesar da experiência de Paulo ser superior a de seus companheiros, Paulo não é auto-suficiente, ele entende que para ser conduzido a Damasco, para que a experiência de fé fosse aprofundada ele precisava das ajuda de seus companheiros. Os companheiros de Paulo fora a primeira comunidade que acolheu e o conduziu rumo ao crescimento espiritual. A pessoa que faz uma experiência de fé em Jesus e exclui a ajuda da comunidade no seu crescimento na fé ele acaba se perdendo e não dando o fruto esperado. Vejam bem, Paulo não enxergava, portanto tinha tido uma experiência maravilhosa e conhecia a vontade de Deus, mas não sabia o caminho para Damasco, pois estava sem enxergar. Caso ele fosse orgulho e não aceitasse a ajuda dos companheiros, ele iria se perder nos atalhos do caminho e nunca chegaria a Damasco. Quem caminha de mãos dadas com a Comunidade Cristã, com a Igreja, tem a certeza de chegar a plenitude do Espírito Santo pela vida sacramental e a bom êxito no seu apostolado. A verdadeira experiência de Deus acontece quando: Coloco-me a caminho. Sou encontrado por Cristo Jesus. Caio por terra. Escuto a voz de Deus. Sou orientado por sua Palavra Sou conduzido pelas mãos da comunidade Igreja. Deixemo-nos encher o Espírito Santo nesse dia! 25/01/2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM

Primeira leitura: 1Sm 3, 3b-10.19. Segunda leitura: 1Cor 6,13c-15ª.17-20 Evangelho: JO, 35-42 Somos chamados hoje a conhecer Jesus, digo isto, porque muitas vezes o que temos do Senhor Jesus são algumas informações. O conhecimento é mais que ter informações, é travar um relacionamento de intimidade, um relacionamento que gera em nós a vida divina. Vejamos bem, o menino Samuel, morava na casa do sacerdote Eli desde os seus quarenta dias de vida, dormia no mesmo aposento em que a Arca da Aliança repousava, ali ele cresceu e deu seus primeiros passos, certamente via o sacerdote Eli ministrar a liturgia e outros ritos sagrados. Entretanto quando o Senhor Deus se manifestou a ele, o mesmo não soube diferenciar a Palavra de Deus, da voz de Eli. Olha a diferença é muito grande, porque Deus tem Palavra enquanto Eli tem a voz. A voz sem a Palavra é vazia, incompreensível. Muitas vezes, nós agimos como o menino Samuel; corremos atrás da voz e não percebemos que ela é estéril, não gera em nós a vida divina, não nos transforma em templos de Deus como nos ensina o apostolo Paulo na segunda leitura. Aliás, esse texto de Paulo aos coríntios vem falar bem da realidade que vivemos hoje, onde o mundo prega um amor dissociado da vida. Um amor egoísta, que não se derrama no outro, mas em si mesmo. O que o mundo chama de amor, Paulo classifica como imoralidade, fornicação, pois o homem não se enxerga como imagem de Deus, templo do Espírito Santo. Quanta confusão é gerada, quando o homem se recusa a conhecer Deus. O escritor sagrado registra o motivo de tamanha confusão, “Samuel ainda não conhecia o Senhor”. A Palavra de Deus ainda não tinha sido revelada a ele, apesar de morar em um território sagrado. Entendemos então, que o conhecimento de Deus se dá quando Ele nos revela sua Palavra, no entanto para que isso aconteça e necessário nós nos dispormos a escutar. Vale também para nós o conselho do velho Sacerdote Eli: “Vai deitar, quando alguém te chamar de novo você responde: fala Senhor que o teu servo escuta”. Quando o Batista aponta para Jesus e diz: “Eis o Cordeiro de Deus” Dois discípulos, André e João se puseram a seguir. Vejam, seguia Jesus pelo que João conhecia. Muitas vezes vivenciamos fatos desse nos dias de hoje. Quantas pessoas entram na fila da Eucaristia, por vê todo mundo indo, quantas pessoas buscam os sacramentos do batismo e até do matrimonio por causa do cerimonial e não por aquilo que o sacramento é. Quando Jesus os vê no seu seguimento, não os proíbe de seguir, nem os repreende pelo fato de não o conhecer pessoalmente. Jesus entende o seguimento dos dois como um desejo de conhecê-lo, entretanto não deixa de questionar os dois, um questionamento que exige resposta. “O que estais procurando”? Essa mesma pergunta ressoa para cada um de nós, de maneira pessoal. O que estamos procurando no seguimento de Jesus? Alguém que resolva nossos problemas financeiros? Um curador que nos tire da fila do SUS e nos livre dos altos preços dos planos de saúde? Ou nosso interesse e saber onde Jesus mora, entrar em sua casa é fazer experiência do seu amor? Travar com Ele uma relação de intimidade, que gera em nosso coração o fruto da salvação? Tomara que nossa motivação para caminha no seguimento de Jesus, seja a mesma de André e João: Entrar na Tenda do Senhor Jesus! A primeira leitura nos afirma que o menino Samuel crescia, Ele começou a crescer, a partir do momento que conheceu o Senhor. Que o conhecimento do Senhor Jesus nos eleve a altura de quem somos de fato: filhos de Deus! 15/01/2012

PORQUE DO MEDO

”Por que esse medo gente de pouca fé?” (MT 8,26) perguntava Jesus aos discípulos assustados com a violência da tempestade que assolava o barco em que estavam. Apenas o medo que está no seu interior é que te faz acreditar que a tempestade é real. Fora deste campo imaginário está a luz, a bênção e o amor de Deus, que a tudo criou para ti. Creia no Senhor, e vê, quão sábio e preciso Ele se mostra a você, quão doce e amoroso ele é.. Não comungue com a tua escuridão, com nenhuma forma de pensar que tenha por objetivo te ferir, te deixar confuso e perdido nesta Terra. Ao contrário, entrega estes momentos ao Senhor Jesus, É Ele que deixa seu ser mergulhado na luz. Respira calma e mansamente e permite estar na companhia serena Daquele que te cuida com o olhar amoroso e atento. Nele tudo você pode.

domingo, 8 de janeiro de 2012

COMUNIDADE CATÓLICA REVIVER

Hoje ao celebrarmos 22 anos da Comunidade Católica Reviver, não tem como deixar de olhar para trás, até porque, olhar para trás é colocar os olhos na experiência que nos impulsiona a continuar o caminho de salvação. Paulo quando escreve para a comunidade de Fellipos, estava preso em Roma e esse cativeiro culminaria com seu martírio. Em determinado ponto da carta, ele começa a pontuar fatos de sua vida que foram importantes, inclusive sua experiência no judaísmo, como membro da seita dos fariseus. Aliás, ele considerava como prejuízo o tempo de fariseus, comparando ao bem supremo, o conhecimento de Cristo Jesus. Antevendo a proximidade do fim de seu ministério, ele narra às belíssimas experiências que fez com Cristo Jesus, mas não se deixa acomodar com a consolação que aquelas experiência lhe trouxeram, como alguém que se julga ter chegado à perfeição, ou alcançado tudo que Deus poderia dar a alguém. Vejamos o que ele escreve: “Não que eu já tenha recebido tudo isso, ou já tenha me tornado perfeito. Mas continuo correndo para alcançá-lo, visto que eu mesmo fui alcançado pelo Cristo Jesus. Irmãos, eu não julgo tê-lo alcançado. Uma coisa, porém, faço: esquecendo o que fica para trás, lanço-me para o que está à frente. Lanço-me em direção a meta, para conquistar o prêmio, que do alto, Deus me chama a receber, no Cristo Jesus” (Fl 3, 12-14) Com toda sua experiência de fé, sua vida inteira dedicada a missão, viajem sem fim, inúmeras comunidades fundadas por ele, um número incontável de discípulos que ele havia formado; ela ainda dizia: “não alcancei a meta”. O fato que continuava a animar Paulo a correr estava no ponto de partida, a experiência de salvação na estrada de Damasco, o seu encontro com Cristo Jesus. Também o prêmio que ele esperava receber de Deus, Cristo Jesus! Jesus esta no fundamento de sua experiência de fé e ao mesmo tempo e a meta que ele desejava alcançar. Celebrar 22 anos da Comunidade Católica Reviver é voltar a origem de nossa experiência de salvação e renovar o compromisso de continuar servindo a Deus na fidelidade desse carisma. A comunidade Reviver é um barco a vela, que se afastou da praia, que se encontra em alto mar, impulsionado pelo vento impetuoso do Espírito Santo. A motivação que rege o agir da comunidade Reviver é a parábola do filho prodigo e assim nós a resumimos em nosso estatuto: “Experimentar e viver no cotidiano o amor do Pai misericordioso, que acolhe nos braços o filho ferido pelo pecado, restituindo-lhe a dignidade filial. (Lc 15,11-32). Esse amor recebido deve ser doado pelo membro da Comunidade de forma integral na missão, acolhendo todos os irmãos, sobretudo os pobres e marginalizados”. Dividimos em duas etapas essa motivação. A primeira nos eleva a dignidade de filho de Deus, essa dignidade que tem como fundamento o amor misericordioso do Pai do céu, que acolhe cada pessoa como se fosse única. O filho mais novo, depois de seu pedido inaudito, fora dos padrões, absurdo de ser atendido, recebe do pai a herança que ele não tinha direito, gasta tudo em uma vida desenfreada até perder toda dignidade humana, quando o mesmo cansado e ferido, faz o propósito de voltar para casa, o Pai toma a iniciativa da operação resgate: (contar resgate da

sábado, 7 de janeiro de 2012

Escolhendo a melhor parte

Viver em um mundo que oferece diversas possibilidades é viver num constante desafio. Seu objetivo é a felicidade, mas não se pode esquecer que esse ideal encontra-se no fim de um labirinto que, cujo grande desafio é encontrar o caminho que te conduzirá a tal. A principio muitas são as portas que se abrem, mas só uma te levará a conquista da felicidade. Para a conquista dos bens temporais tem-se como caminho a seguir, o estudo e o trabalho. Esses dois requisitos abrem portas, mas ainda não é o caminho. Garantem sucesso financeiro e profissional, só que a paz interior independe de fatores temporais. Disse Jesus: “Eu vos dou a paz, eu vos dou a minha paz, não como o mundo vo-la dá”. A paz e a harmonia que você deseja, depende unicamente da escolha que tu fazes. Se tuas escolhas têm como fundamento os valores matérias e temporais certamente experimentaras a fadiga, e a angustia, fará recair sobre os outros a culpa pelos fracassos. No Evangelho, Marta questiona Jesus a respeito do comportamento de sua irmã, que lhe deixava sozinha com a lida diária da casa. Maria, enquanto isso permanecia sentada aos pés Jesus deleitando da palavra de eternidade que jorrava dos lábios de Jesus provinda de seu divino Coração. “Marta, Marta, porque te inquietas com tantas coisas?” perguntava o mestre Jesus. Sabendo Ele que só uma coisa lhe era necessária. Dizia Jesus: “Maria escolheu a parte certa, que não lhe será tirada”. Porque fadigas com tantas coisas? Porque preocupações exageradas que fazem fervilhar sua mente, como um vulcão em erupção? Lembre-se que estas larvas que deixas expelir de seu ser em erupção causa-lhe conseqüências danosas que podem ser irreversível. Queres a receita da felicidade? Recolhe-te aos pés do divino Mestre, sintoniza seu coração ao Dele e em um profundo e fecundo silencio bebe-te desse manancial de eternidade. Só assim será reconstruído o teu paraíso e replantado teu jardim interior, cujas folhas não cairão e a flor da felicidade não murchará.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

NO CENÁCULO COM MARIA

Esse ensino eu preguei no dia de nossa Senhora Aparecida, não me lembro o ano, nem o local. encontrei guardado em meus escrito e agora estou postando no blog. tenha boa leitura.
Neste dia, que a Igreja do Brasil celebra a solenidade de sua Padroeira: Nossa Senhora da Conceição Aparecida, vamos percorrer com a Virgem Maria o caminho que nos levará a uma profunda experiência de Deus pela graça do batismo no Espírito Santo e também ao nosso compromisso com a Igreja, corpo místico de Cristo, na qual muitos de seus membros estão desfigurados, feridos. Essa desfiguração e essas feridas devem levar os membros transfigurados a um compromisso de solidariedade com os demais. A Virgem foi o primeiro cenáculo plenamente habitado pelo Espírito. Foi o primeiro Sacrário do Verbo Encarnado. Ela também foi a primeira e mais eficaz evangelizadora e missionária. Vou fundamentar essa pregação no Evangelho da liturgia dessa solenidade de hoje, claro que analisando aspectos que nos levará ao objetivo do tema. É muito interessante observarmos como inicia a narrativa das bodas em Caná: “Três dias depois”... Depois de quê? Se ficarmos atentos a esses detalhes, nós vamos obter grandes graças nessa tarde. Foi exatamente três dias após Jesus ter feito uma promessa a Natanael:.“Verás coisas maiores que essa” (Jo 1,50). “Sete dias após o testemunho de João Batista” (Jo 1,28). O Evangelho começa justamente como a narrativa de Gênesis: uma semana vai desembocar na primeira manifestação da glória de Deus. Manifestação esta que tem como protagonista a MULHER, que seria o grande sinal da manifestação salvífica de Deus, conforme promessa do livro de Gênesis: (Gn 3,15) Com esse episódio, Maria como mestra e formadora de evangelizadores, nos ensina um ponto muito importante: O evangelizador é aquele que deve estar atento às necessidades do homem moderno, que apesar de viver em um mundo de variadas opções de lazer, festas, baladas, onde homens e mulheres tendo à frente seus ídolos pulam de um lado para o outro com gritos frenéticos manifestando alegria. Dentro de si existe um grande vazio. A Virgem percebeu quando faltou vinho, que para a cultura judaica era manifestação da alegria verdadeira. Por isso Ela interpõe entre o Plano de Deus e a necessidade humana, apresentando a Seu Filho o motivo da tristeza que abatera aquele casal e também aos convivas. “Eles já não têm mais vinho”. Ao mesmo tempo em que Ela se coloca como medianeira entre seu Filho Divino e o homem necessitado da graça, Ela também orienta aos serventes, (que aqui simboliza todo cristão batizado que tem como missão servir). “Fazei tudo que Ele disser”. Se em muitos setores da Igreja falta alegria para vivenciar a fé, se entre os membros do Corpo de Cristo existem membros desfigurados pela dor, que é fruto do pecado pessoal, comunitário e social, é porque temos deixado de cumprir a ordem de Jesus: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Talvez possamos nos perguntar no dia de hoje, como pode ser tão eficaz a pregação de uma mulher de poucas palavras. É um engano nosso achar que Maria era uma mulher de poucas palavras. Ela era de pouca voz, mas era mulher da PALAVRA. Palavra encarnada no coração e no seu santíssimo ventre. Palavra que foi fecunda no coração e no ventre por obra do Espírito Santo. Geralmente a teologia e a piedade cristã têm associado Maria a Jesus. Por isso, ela é venerada como co-Redentora de todas as graças. A razão primordial de toda sua divindade é ser mãe do Messias, Mãe de Deus. Este cristocentrismo na mariologia deve ser enriquecido por outro pólo fundamental: A presença e a missão do Espírito Santo. Vamos explorar o texto básico que dá fundamento a esse pensamento: “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra”. A grande maioria dos intérpretes dá esse texto um sentido cristológico. A concepção de Jesus não se deve a um homem, mas ao Espírito Santo: Passa quase despercebida a relação íntima da Virgem com o Espírito Santo nessa frase. Vamos analisar essa frase agora numa visão Pneumatológica. É aqui que reside o sentido último da expressão “CHEIA DE GRAÇA”. O Espírito Santo é enviado diretamente sobre Maria: “O Espírito virá sobre ti”. É a primeira vez, em toda a Escritura, que fixa que Ele veio diretamente sobre uma mulher. No Antigo Testamento conhece a unção do Espírito desde o seio materno: Sansão (Jz 13,5), Jeremias (Jr 1,5), o servo ( Is 61) – no Novo Testamento, João Batista. A novidade do texto de Lucas é de que o Espírito Santo não veio sobre Jesus no seio de Maria, mas, diretamente sobre Ela. É sobre Ela que o Espírito é enviado pelo Pai e pelo Filho. O Vaticano II diz com acerto quando fala que “Maria é como que plasmada pelo Espírito Santo e formada nova criatura” (LG 56/144) para poder gerar o novíssimo Adão (cf. 1Cor 15,45) JESUS CRISTO. Maria foi feita pelo Espírito novíssima Eva para gerar o Filho de Deus. Maria é humana, pertence à natureza humana, salva pela previsão dos méritos do sangue do Filho que ela havia de gerar. Por isso, o Espírito fez dela sua morada, seu tabernáculo. Vamos pedir nesse dia pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida uma nova efusão de Espírito, para que santificados por essa graça sejamos no mundo sinal da Santidade de Deus. E poder parafrasear como Maria “Realizou em mim grandes coisas aquele que é Poderoso cujo nome é Santo”.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

PROCURA NA BÍBLIA

Certa ocasião me aconteceu um fato no mínimo inusitado, com o qual tive um grande aprendizado. Nós estávamos em uma reunião de oração no núcleo da Comunidade Católica Reviver. Como de costume ficamos conversando um pouco depois da oração, que sempre acontecia na segunda feira pela manhã. Lembro que eu havia pedido ao senhor David um certa quantia em dinheiro, era um valor razoavelmente alto.então ele me deu um cheque no valor pedido, ai continuamos a conversa, sem perceber muito coloquei o cheque dentro da bíblia e ai nos entretemos entre conversa e serviço, oração para as pessoas que passavam por La e a noite fui pregar em um grupo de oração, cheguei em casa quase vinte e três horas. Foi exatamente nesta hora que me lembrei do cheque, então fui procurar no bolso que era o lugar que costumava guardar. Para minha surpresa não encontrei, fui então, já meio nervoso procurando em outros bolsos, em minha pasta que costumava carregar e nada encontrei. Na bíblia não procurei, pois sou radicalmente contra colocar papeis ou qualquer outro objeto dentro da bíblia, por vários motivos. Foi uma noite terrível, porque aquele dinheiro era de suma importância para que eu pudesse quitar um prestação já estava atraso, não dormi a noite, pesando no que eu iria fazer, pois alem de pagar a prestação eu ainda tinha que pagar o senhor David, o pior, por um dinheiro que eu não tinha usado. Levantei cedo, fui a para Comunidade e lá pediu o senhor Davi para sustar o cheque. Ele me disse: “procure direito” eu respondi: “não tenho mais onde procurar” ele então replicou: “já procurou dentro da bíblia”? Novamente respondi: “não! Não tenho costume de colocar papeis e objetos na bíblia, não gosto disso, o senhor sabe.” Ele então se calou e eu fui triste para meu canto, esperando ele decidir ir ao banco comigo. Foi exatamente nesse momento que resolvi procurar na bíblia, mas já convicto que não iria encontrar ali o cheque. Para minha surpresa logo que abri, foi justamente na pagina em que se encontrava o cheque. Que alegria vocês nem imaginam! Uma coisa eu aprendi nesse episodio: tudo o que eu perco e que é importante em minha vida o primeiro lugar que eu procuro é na bíblia. Talvez você esteja achando engraçado esse fato, mas é a pura verdade. Vou agora de dá um conselho: se você perdeu a paz, a felicidade a salvação, a harmonia consigo mesmo; procure na bíblia que você encontra. Caso você perdeu o sentido da vida, perdeu o sentido da comunhão matrimonial e familiar, perdeu o sentido da vida consagrada e religiosa é só procurar na bíblia que você encontra. Veja quanto tempo perdemos, procurando coisas que nos são importantes em lugares errado. Mês de setembro é hora de revermos nosso amor e zelo pela palavra de Deus. Todos os milagres e curas que encontramos ao longo da sagrada escritura têm uma lógica: foram pessoas que ouviram, entenderam e atenderam ao apelo que a palavra de Deus os faziam. Há tantas formas de começar uma boa leitura orante da palavra de Deus, entre elas está a liturgia diária! É o alimento cotidiano que a mãe igreja coloca na mesa, para que os filhos possam se alimentar da verdade que conduz a eternidade! Vitório Evangelista Chaves.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Quem são os santos e o que eles fazem

Comentário do Pe. Cantalamessa à liturgia da Solenidade de Todos os Santos ROMA, quarta-feira, 31 de outubro de 2007 Solenidade de Todos os Santos Apocalipse 7, 2-4. 9-14; João 3, 1-3; Mateus 5, 1-12a
Quem são os santos Faz tempo que os cientistas enviam sinais ao cosmos em espera de respostas por parte de seres inteligentes em algum planeta perdido. A Igreja desde sempre mantém um diálogo com os habitantes de outro mundo, os santos. É o que proclamamos ao dizer: «Creio na comunhão dos santos». Ainda que existissem habitantes fora do sistema solar, a comunicação com eles seria impossível, porque entre a pergunta e a resposta passariam milhões de anos. Aqui, ao contrário, a resposta é imediata, porque existe um centro de comunicação e de encontro comum que é Cristo Ressuscitado. Talvez também pelo momento do ano em que cai, a Solenidade de Todos os Santos tem algo especial que explica sua popularidade e as numerosas tradições ligadas a ela em alguns setores da cristandade. O motivo está no que diz João na segunda leitura. Nesta vida, «somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que seremos»; somos como o embrião no seio da mãe que anseia nascer. Os santos «nasceram» (a liturgia chama «dia do nascimento», dies natalis, no dia de sua morte); contemplá-los é contemplar nosso destino. Enquanto ao nosso redor a natureza se desnuda e caem as folhas, a festa de todos os santos nos convida a olhar para o alto; e nos recorda que não estamos destinados a ficar na terra para sempre, como as folhas. A passagem do Evangelho é a das bem-aventuranças. Uma em particular inspirou a escolha da passagem: «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados». Os santos são aqueles que tiveram fome e sede de justiça, isto é, na linguagem bíblica, de santidade. Não se resignaram à mediocridade, não se contentaram com meias palavras. A primeira leitura da Solenidade nos ajuda a entender quem são os santos. São «os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro». A santidade se recebe de Cristo; não é uma produção própria. No Antigo Testamento, ser santos queria dizer «estar separados» de tudo o que é impuro; na acepção cristã, quer dizer o contrário, ou seja, «estar unidos», mas a Cristo. Os santos, isto é, os salvos, não são só os que o calendário ou o santoral enumeram. Existem os «santos desconhecidos»: que arriscaram suas vidas pelos irmãos, os mártires da justiça e da liberdade, ou do dever, os «santos leigos», como alguém os chamou. Sem saber, também suas vestes foram lavadas no sangue do Cordeiro, se viveram segundo a consciência e lhes importou o bem dos irmãos. Surge espontaneamente uma pergunta: o que os santos fazem no paraíso? A resposta está, também aqui, na primeira leitura: os salvos adoram, deixam suas coroas ante o trono, exclamando: «Louvor, honra, bênção, ação de graças…». Realiza-se neles a verdadeira vocação humana, que é a de ser «louvor da glória de Deus» (Ef 1, 14). Seu coro é guiado por Maria, que no céu continua seu canto de louvor: «Minha alma proclama a grandeza do Senhor». É neste louvor que os santos encontram sua bem-aventurança e seu gozo: «Meu espírito se alegra em Deus». O homem é aquilo que ama e aquilo que admira. Amando e louvando a Deus, ele se une Deus, participa de sua glória e de sua própria felicidade. Um dia, um santo, São Simeão, o Novo Teólogo, teve uma experiência mística de Deus tão forte que exclamou para si: «Se o paraíso não for mais que isso, já me basta!». Mas a voz de Cristo lhe disse: «És bem mesquinho se te contentas com isso. “O gozo que experimentaste em comparação com o do paraíso é como um céu pintado no papel com relação ao verdadeiro