sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

APROXIMAI-VOS DA GRAÇA

“Rabi sabemos que tu és um Mestre vindo de Deus, pois ninguém pode fazer esses milagres que fazes se Deus não estiver com ele.” (JO 3,2) Está é a frase que Nicodemos usa ao iniciar seu diálogo com Jesus, quando a noite acortinava sobre sua vida. Nicodemos, judeu de sangue, Fariseu por própria opção, notável entre os de sua época, tem a oportunidade de experimentar na prática o que todas as pessoas que se deixavam envolver pela graça de Jesus experimentavam. Ele foi ter com Jesus a noite e sozinho, ninguém o acompanhava, o que torna mais interessante sua abordagem inicial a Jesus, “Rabi sabemos...” Veja como ele flexiona esse verbo, “Sabemos” como se ele estivesse acompanhado por mais pessoas. Ele estava só, porque então flexiona o verbo? Não há dúvida de que ele estivesse só, mas o conceito de que Jesus era um Mestre vindo de Deus não era só dele, era de todos os fariseus, todos admitiam a verdade, mas tem todos acolhiam a verdade para de deixarem salvar por ela. Jesus é a verdade, ele é o Mestre que vem de Deus, nele habita a plenitude da divindade, nele a redenção é copiosa, como afirmava veementemente o papa João Paulo II. Para que se experimente todo potencial salvífico é necessário aproximar-se dele e nascer de novo como ele propõe a Nicodemos Para nascer de novo Três coisas são fundamentais, baseando no que descreve o apóstolo João: “Todos que o receberam e crêem em seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” (JO 1,12) Segundo o texto é necessário receber e crer em Jesus. Eu acrescento não ao texto bíblico, mas a reflexão, que é preciso receber e acolher Jesus. É verdade que acolher e receber são sinônimos, mas um sinônimo imperfeito; pois se pode receber uma pessoa e não acolher. Uma visita indesejada que chega a minha casa, eu posso receber e não acolher. Recebendo e acolhendo Jesus no coração, recebemos dele o poder que nós faz filhos de Deus. Esse poder dado por Jesus não é apenas uma força atuante, mas uma pessoa Divina. Na carta de Paulo as Gálatas ele escreve da seguinte forma: “A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu filho Jesus Cristo” Paulo deixa claro que o poder que recebemos e que nos faz filhos é o Espírito de Jesus Cristo. Veja bem ele escreve Espírito com letra maiúsculo para dizer que se trata de uma pessoa, e aqui para nós pessoa revestida da dignidade divina: o Espírito Santo. Espírito de Jesus, porque esse foi o Espírito de filiação que ele recebeu no ato de seu batismo no rio Jordão. “Tu és o meu filho bem-amado em ti ponho toda minha afeição.” (Lc 3,22) Está é a hora de cada um de nós aproximarmos do Senhor Jesus, acolhe-lo em nosso coração, crendo que ele é o Senhor e dele Recebermos o Espírito Santo que nos faz filhos de Deus, cidadãos do céu e herdeiro da graça divina.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Quinto domingo do tempo comum

Leituras: Jó 7,1-4.6-7 1Cor 9,16-19.22-23 MC 1,29-39 Quero começar a reflexão desse quinto domingo com uma frase que Marcos coloca na boca dos apóstolos, liderados por Simão Pedro. “Todos estão de Procurando”. O povo sedento de paz, saúde e alegria, estavam à procura de Jesus. De Jesus que havia libertado o homem possesso na sinagoga, que havia curado a sogra de Pedro e que a muito curou de diversas enfermidades e libertou da opressão do demônio. Hoje não é diferente, temos uma multidão de homens e mulheres a procura do divino, talvez nunca na história humana o homem fosse tão ávido em procurar experiências sobrenaturais, talvez nunca tenha sentido necessidade de um encontro com o sagrado como hoje nós observamos. A sociedade capitalista que com seu apelo ao consumismo, tenta preencher o vazio do coração humano, vai lançando mais ainda o homem nesse vale de isolamento e solidão. A leitura do trecho do livro de Jó e o retrato fiel do vazio da existência movido por valores efêmero. Tudo se torna uma rotina angustiante. A cada dia surge uma nova filosofia propondo responder as inquietações humanas, homens e mulheres que se autodenominam profetas e profetisas, prometem com uma palavra mágica solucionar esse drama vivido pelo homem. Irmãos e irmãs, como Igreja nós temos uma dívida como o homem moderno. Homem esse simbolizado pela sogra de Pedro, que estava acamada, febril, mas logo alguém levou a necessidade dela para Jesus. Ao mesmo tempo em que temos o compromisso de levar a necessidade do homem a Jesus, nós somos a mão de Jesus estendida a esse para reerguê-lo. Vejam bem, todos estavam à procura de Jesus, mas só Pedro e os demais apóstolos sabiam onde ele estava. Só Pedro tinha a resposta certa para o que a multidão procurava. Pedro é o símbolo da Igreja de Cristo, portanto só a Igreja tem a resposta concreta, eficaz e eficiente para responder os anseios do coração humano. A igreja recebeu de Jesus a missão de evangelizar, ela é a fiel depositária da Palavra de redenção, Palavra que ela deve fazer chegar aos ouvidos e, sobretudo ao coração do homem. O que me emociona muito nessa frase de Pedro, “todos estão de procurando” é que Pedro não vai ao encontro de Jesus para si, ele sai o encontro de Jesus em favor dos outros. É para que todos pudessem ter um encontro pessoal com Jesus que Pedro vai ao encontro do mestre e interrompe sua oração. É preciso que cresça em nós batizados a consciência de nossa missão, consciência essa que Paulo faz questão de tornar evidente na carta aos coríntios. “pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição” veja, ele fala que evangelizar é uma necessidade e imposição. Eu tenho por necessidade aquilo que é fundamental para minha existência. Para o apóstolo dos gentios, negligenciar o anúncio do Evangelho era como se ele assinasse sua própria sentença de morte, era deixar morrer aquela experiência bonita e marcante do caminho do Damasco. A imposição que ele fala é exercida pela força do amor. Paulo sentia-se tão amado por Deus, que a força desse amor o impulsionava para a missão, mesmo ele sabendo dos contra tempos e das perseguições que o esperavam em cada localidade. Em outro trecho da carta aos coríntios ele vai dizer: “O amor de Deus nos constrange” (2Cor 5,14) Paulo, livre da imposição da Lei, agora sente acorrentado por esse amor, acorrentado por aquele que o amou e se entregou por ele. Por esse motivo, pregar o Evangelho tornou-se a vida dele. “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho. Diante da liturgia da palavra, desse quinto domingo comum, nos resta tão somente responder ao que a Igreja espera de nós, parafraseando com o próprio Jesus: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois para isso é que eu vim”. Essa é a hora de apresentar a multidão a Jesus, façamos isso então! 05/02/2012