sexta-feira, 28 de junho de 2013

SE QUERES PODE ME PURIFICAR

Tendo Jesus descido do monte, numerosas multidões o seguiam. Eis que um leproso se aproximou e se ajoelhou diante dele, dizendo: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Eu quero, fica limpo”. No mesmo instante, o homem ficou curado da lepra. Então Jesus lhe disse: “Olha, não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote, e faze a oferta que Moisés ordenou para servir de testemunho para eles”.
O episodio da purificação do leproso é providencial para esse momento. Jesus desce do monte das oliveiras, onde por dias ensina a multidão sua doutrina. Doutrina que não tira a validade da Lei, mas como ele ensina Leva a Lei a perfeição. O próprio Jesus disse no sermão da montanha: “Não julgueis que vim abolir a Lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los as perfeição”. Uma multidão o seguia, após a descida do monte, mas um leproso se destaca nesse cenário; “ele aproximou-se de joelhos diante dele”. Cena terminantemente proibida pela lei, que só permitia aos doentes atingidos pela lepra uma aproximação mínina de duzentos metros, tendo essa distancia desobedecida, o mesmo poderia ser punido com a morte. Jesus não só permitiu que ele o acompanhasse com toda multidão que o seguia, mas toca em sua pele carcomida pela doença manifestando o desejo de purificá-lo da doença. Jesus passa do discurso para a ação, da teoria para a prática. Jesus, com essa atitude de tocar no homem doente, ultrapassa a expectativa do mesmo, que queria somente a purificação. Ao tocar na ferida do homem Jesus, assume o risco de se contaminar pela doença, ou seja, coloca sua vida em risco para salva quem dele tinha necessidade. Jesus deixa bem claro que a vontade de Deus e a salvação do homem e a lei deve está a serviço dessa salvação. A encarnação do Verbo de Deus no seio da Virgem Maria, por si só já diz desse desejo de Deus de romper distancia. O próprio Deus se fez humano, sujeito a nossa fragilidade e por meio da doação de sua vida no altar da cruz, purificar-nos de todo pecado. Não se pode deixar de destacar a atitude do homem doente. Ele como bom judeu era observador da Lei, foi nela educado e educado para obedecê-la de formar irrestrita. Acontece que diante de sua doença ele reconhece a fragilidade da lei para responder sua necessidade de salvação. Ele reconhece que só Jesus tem o poder de purificá-lo, rompe com a prática da lei e ousadamente aproxima-se de Jesus. Ele rompe com um sistema que o segregava, que o mantinha doente e distante da cura. Só Jesus tem o poder de nos purificar! Reconhecer isso deve ser o motivador para rompermos com o pecado que nos escraviza. A mão de Jesus está sempre estendida e pronta para tocar e cicatrizar as feridas de nosso coração, ele é manso e humilde de coração, ou seja, permite-nos aproximar dele ao ponto de tomar sobre si nossos pecados e na Cruz se oferecer como vítima de expiação por nós.

sábado, 22 de junho de 2013

A viúva e o Juiz

Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: Faze-me justiça contra o meu adversário! Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me! E o Senhor acrescentou: Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra? Lc 18,1-8
Para infundir em seus discípulos a necessidade de cultivar uma vida de oração, Jesus conta essa parábola que destaca duas pessoas antagônicas. A viúva que pertencia à classe social mais excluída de Israel. Vivia em extrema pobreza, pois não tinha direito a herança, os filhos não tinham nenhuma obrigação legal com ela, para sobreviver dependia da piedade dos outros. O Juiz pertencia à classe dominante, de família bem conceituada e de situação financeira excelente, viviam quase sempre acima da lei. O que destaca nessa relação é a ousadia da viúva, que ignorando a disparidade social, batia todos os dias a porta do juiz pedindo justiça, esse para livrar-se de sua importunação, decide lhe fazer justiça. A ousadia dessa viúva é fruto de sua fé, por esse motivo Jesus conclui a parábola com uma pergunta: “Mas o filho do homem quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra”? Para toda ação existe uma reação. Para nossa ação de fé, a uma reação de benção, Deus deseja fazer justiça a nós, aliás, Ele já fez Justiça. A justiça de Deus consiste em nos amar, quando não merecemos ser amados e nada temos para retribuir o seu amor gratuito. A justiça de Deus nos incita a aproximar dele na humildade e no fervor da oração. Então é hora de achegarmos a Deus em nome de Jesus, na comunhão do Espírito Santo, pois ele tem pressa de nos abençoar.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Curados pelo Espírito Santo

Este é nome do nosso encontro anual de cura e também o lema do encontro nesse ano. Todas as pregações que ouvimos até agora, deram enfoque a água, que na bíblia e símbolo do Espírito Santo. Eu não poderia fugir ao direcionamento que o Espírito Santo nos deu para esse encontro, por esse motivo continuarei falando da água, símbolo do Espírito Santo. Espírito que derramado em nossos restaura todo nosso ser devolvendo-nos a originalidade perdida com o pecado. Não custa nada retomar aqui a já conhecida passagem do livro do Gênesis 1,2, quando o espírito repousa sobre a terra informe e envolta pelas trevas, fazendo gerar o cosmo. Nessa pregação vamos percorrer o itinerário de cura, caminho feito por Jesus para cura o coração ferido da mulher samaritana. Jesus podia voltar para Galiléia sem passar por Samaria, bastava ele passa pelo vale do Jordão, que era o caminho curto e por isso menos cansativo. Mas o capítulo 4,4, narra que “Jesus devia passar por Samaria.” A bíblia TEB fala que era “preciso” erra uma necessidade que Jesus tinha de passar por Samaria. “Chegou, pois a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Ali havia o poço de Jacó. E Jesus fadigado da viajem, sentou-se a beira do poço. Era por volta do meio dia.” (JO 4,5-6). Esses dois versículos são muito esclarecedores para nós nessa tarde, pois mostra-nos entre tantas funções de um poço, lugar onde o homem fadigado de seu caminhar, encontrava repouso e água para matar sua sede. Ou seja, era como o Box de uma corrida de formula um, onde o piloto para, abastece seu carro, troca os pneus, e volta para pista. O poço para o povo de Israel era um lugar sagrado, por ser uma terra árida; eles perfuravam poços com mais de trinta metros de fundura, eram geralmente bem protegido. A beira do poço era onde a comunidade reunia para discutir. (EX 2,16) Lugar onde se escutava música. (JZ 5,11) Era um lugar de intensa vida comunitária. Vamos voltar a uma frase do verso cinco, “Era por volta do meio dia”. Engraçado que eu sempre entendi esse “meio dia” como o horário em que a samaritana foi ao poço buscar água, mas na verdade ele está ligado ao horário em que Jesus chega ao poço. Meio dia! Quando Jesus chega é hora de plena luz, naquele momento passa a não existir vestígios de sombra. A luz do meio dia chega para iluminar a vida de todos que se aproximassem do poço para serem restaurados de sua fadiga. Meio dia, significa que Jesus o Sol de Deus profetizado por Malaquias, estava no centro e com os seus raios de misericórdia desejava curar o coração ferido de todos os caminhantes que dele se aproximassem. Jesus está aqui em nosso meio, ao mesmo tempo em que ele é o sol de Deus que traz cura nos seus raios, ele é o verdadeiro poço de Jacó. Ele tem em si a verdadeira água vivificadora que tanto foi falado nesse dia de hoje. Jesus está aqui para curar e restaurar todos os que como a mulher samaritana aproximarem-se dele. “Veio uma mulher da Samaria buscar água. Pediu-lhe Jesus dá-me de beber.” (V 7) Pela resposta dada a Jesus pela mulher, pode-se perceber o vazio que se encontrava o seu coração. Servir água a um caminhante fadigado era um ato de gentileza, era uma prática fraterna tão comum naquela região, onde as distancias eram longas e água escassa.. Ao negar água a Jesus, aquela mulher recusa a graça que Jesus lhe oferece ao pedir. Precisamos estar atentos a isso, mesmo quando o Senhor nos pede alguma coisa é apenas para multiplicar a graça para nós. Vale aqui recordar um fato semelhante a esse, acontecido em Hur da Caldeia, quando Heliezer, escravo de Abraão foi procura um noiva para Isaac. Heliezer aproxima-se de Rebeca, junto a fonte de água e lhe faz o mesmo pedido: “dá-me de beber.” Ela prontamente serviu o escravo como também os seu camelos. Como recompensa recebeu braceletes e brincos de ouro e foi aceita como esposa do herdeiro de Abraão. Atender ao pedido do Senhor Jesus nesse dia significa abrir o coração para que ele possa derramar em você a riqueza de sua graça. Meu irmão (ã) nada do que você possa oferecer ao Senhor nessa tarde aumentara a sua gloria e sua grandeza, nem o que você negar a ele diminuirá sua gloria, mas o que você dá ao Senhor, com certeza, contribuirá para sua cura e salvação. É também preciso entender que a negativa daquela mulher, revela muito mais a ferida que ela trazia em seu coração, do que a recusa em atender ao Senhor. Isso fica claro, ela nega, mas acolhe Jesus, ou seja, ela si dispõe a dialogar com ele. Vamos conhecer um pouco da realidade da samaritana, assim também conheceremos um pouco de nós. No final do reinado de Salomão, houve uma divisão do reino de Israel, provocado por dois irmãos, filhos de Salomão: Roboão, que tinha direita a sucessão e Jereboão, que aproveitando a insatisfação do povo, insurgiu a revolta, ficando com onze tribos do norte sobre o seu reinado, e isolando a tribo de Judá, que era a dinastia de Davi. Os do sul, da dinastia de Davi, não reconheciam o reino do norte. O reino do norte para se fortalecer, proibiu que os seus súditos fossem a Jerusalém para adorar a Deus e construíram um templo no monte Garizim. Os judeus passaram a considerar os samaritanos como povo impuro, porque tinham se misturado a outras raças, eram chamados de cães, não podia a um judeu comer na Samaria. Os samaritanos sentiam se excluídos e cheios de complexos diante dos judeus, que os humilhava, com nomes e frases depreciativas. Sentindo-se rejeitados por Judá os samaritanos se tornaram um povo sem referencia religiosa, cada rei que chegava ao trono, construía um templo a um deus diferente, na verdade os cinco maridos a que se refere Jesus, são os cinco deuses que os samaritanos adoravam, quando Jesus fala do sexto marido ele se referia ao número seis, que significava o numero do imperfeito. Personificando essa mulher, vamos melhor entender sua feridas. Uma mulher que tinha um profundo sentimento de rejeição, por parte da sociedade e também da comunidade religiosa. Tinha tido cinco maridos, ou seja, ela não tinha uma referencia, não tinha um porto seguro para ancorar seu coração. Isso também acontece com cada hum de nós. Na vida espiritual, quando perdemos a referencia que é o Senhor Jesus, começamos a colecionar “maridos”, no templo do nosso coração a lugar pra edificar os deuses fabricados pela frustração humana. Quando não nos deixamos amar por Deus, sempre estaremos recorrendo ao poço de Jacó, bebendo de uma água incapaz de nos saciar. Olha bem o que diz Jesus para aquela mulher, apontando seu dedo para o poço: “todo aquele que beber dessa água, tornará a ter sede” (13). Por mais que se insista com essa água parada e estagnada do poço de Jacó jamais seremos saciados. Pelo contrário, se alastrará mais nossa ferida. Se você tem uma ferida e lava ela com água suja, com certeza ela tende a inflar mais ainda. Meu irmão (ã) Jesus tem uma proposta pra você hoje, a mesma que ele fez aquela mulher sedenta de amor, necessidade de cura: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que ti diz: Dá-me de beber, certamente tu mesma e lhe darias uma água viva.” (10). Jesus está lhe propondo dá a água viva, água do Espírito, Espírito Santo que sacia sua sede de amor e revigora suas forças para continuar fazendo caminho, na direção do céu. Jesus é o verdadeiro poço de Jacó. É do coração de Jesus que nasce a fonte maravilhosa, só Ele tem essa água com propriedades terapêuticas, capaz de atender plenamente a necessidade humana. Jesus está aqui tão presente como estava no templo em Jerusalém, na festa das semanas, quando no dia da celebração das águas ele no púlpito central apontava para seu peito e CLAMAVA: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba” (JO 7,37). Jesus é o verdadeiro Rochedo do Horeb, os Israelitas saídos do Egito, estavam extenuados de sede, não havendo sinal de água eles se revoltaram contra Moises, esse acuado pelo povo sedento clamou a Javé, que lhe deu a seguinte ordem: “Fere com teu cajado essa rocha, e dela brotará água para o povo” Moises assim o fez, e diz a tradição judaica que essa água acompanhou o povo pelo deserto até a entrada da terra prometida. Jesus é o verdadeiro Rochedo, porque é do seu flanco aberto pela lança do soldado na cruz, que jorra para a igreja a graça de um continuo pentecoste. É do lado aberto de Jesus na cruz e flui na direção de cada um aqui nessa tarde o dom do Espírito para nossa cura e para nossa libertação. Quando Jesus propôs a samaritana dar-lhe uma água viva, ela não hesitou em responder: “Senhor, dá-me dessa água, para eu já não ter sede nem vir aqui tira-la!” (15) Vamos então ficar de pé e pedir ao Senhor Jesus essa água que cura, vamos pedir ao Senhor o derramamento do Espírito em nos...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

FÉ FUNDAMENTADA NA FORMAÇÃO

Apresentação do Pregador - Eu milito na RCC desde… Sem dúvida foi a mais bela experiência de minha vida, por isso guardo detalhes desse dia. Rogo a Deus para que esse congresso da RCCBH seja também um marco na vida de todos nós que estamos aqui. Lembrar o tema do congresso – Está e a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1Jo 5,4b) Poderíamos dizer que está é a palavra Rhema (Palavra inspirada que norteia a caminhada da RCC no Brasil nesse ano de 2013. E não podia ser diferente, pois entre tantos outros bens, sem dúvida o ano da fé foi o grande legado deixado para a Igreja, do frutuoso pontificado do Papa Bento XVI. Meu amigo Cristiano Costa, presidente do Conselho da RCC MG, falou para nós sobre a Fé como condição para a salvação, o catecismo nos ensina que “É necessário, para obter a Salvação, crer em Jesus Cristo e naquele que o enviou para nossa salvação. Como, porém sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11,6) e chegar ao consórcio dos seus filhos, ninguém jamais pode ser justificado sem ela, nem mesmo conseguir a vida eterna, se nela não permanecer até o fim (Cts 161). Nesse ano da fé, Deus nos proporciona por meio de sua Palavra a graça de ter um encontro pessoal com seu Filho Jesus. Em certa ocasião Jesus subiu a Jerusalém, era na festa das semanas, ou, das tendas como queiramos. Essa festa durava várias semanas, no último dia, o mais importante, Jesus entrou no Templo em alta voz clamava: “Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: do seu interior manaram rios de água viva”. (Jo 7,38) Jesus, continua hoje a procura do homem sedento de Deus, chamando-o a fé, a acreditar nele para que seu coração seja saciado. Como observamos por esse versículo é o próprio Jesus que nos chama a fé. O tema de minha pregação é: Fé fundamentada pela formação. O tema é ao mesmo tempo o conteúdo dessa pregação, que visa o crescimento e o amadurecimento da fé que recebemos do Senhor. Para que isso aconteça vamos fundamentar nossa pregação na carta de São Paulo aos Efésios 3,14-20. A carta aos Efésios está entre as cartas do cativeiro, ou seja, é uma carta que Paulo escreveu quando estava preso. Daqui nós já podemos tirar uma grande lição. As cartas do cativeiro e incluindo essa aos Efésios, são grandes tesouros que Paulo deixou como herança para a Igreja, cartas de uma riqueza espiritual incomensurável, mas que foram escritas em momentos de muita dor e sofrimento, no auge de sua paixão por Cristo e pela Igreja. Só se consegue extrair tão rico conteúdo no auge de tanta dor, quem tem uma fé, fundamentada em Cristo Jesus, fé pura e ao mesmo tempo amadurecida. Para esse ícone do cristianismo, que é Paulo, podemos citar a célebre frase de Dom Helder Câmara: “Há criaturas como cana, mesmo posta na moenda, esmagada de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura”. Nesta oração, porque não sei se vocês perceberam que é uma oração que Paulo faz no meio da carta. Imaginem Paulo, escrevendo e de repente, põe se de Joelho e começa a escrever essa súplica a Deus. Ele ora não somente para a comunidade de Efésios, mas para toda Igreja e hoje especificamente para a Renovação Carismática Católica da Arquidiocese de Belo Horizonte; e não é demais falar isso, porque está palavra e o Rhema dessa pregação, portanto, Palavra de Deus inspirada para todos nós que estamos aqui. Ele ora para que sejamos robustecidos do Espírito Santo e Assim Cristo habite em nossos corações pela fé. Hoje vivemos num mundo, onde a tendência é a relativização da fé, tudo e relativo à verdade muda conforme os interesses da sociedade. Homens e mulheres querem servir um deus que aprove os desejos de seu coração e não a um Deus quem tenham que aderir a sua vontade. Na carta apostólica Porta Fidei, onde o Papa Bento XVI proclama o ano da fé, Ele fala que no nosso passado, nossa cultura era influenciada pela fé, por exemplo, cidades e ruas com nomes de santos, eram comuns imagens de nossa Senhora em escola, crucifixo em salas de aulas, repartições públicas etc. O papa continua dizendo que hoje não é mais assim, porque vários setores da sociedade vivem uma crise de fé. Vejam bem: É nesse deserto secularizado que somos chamados a testemunhar nossa fé em Jesus Cristo. Para definir como deve ser nossa experiência de fé, Paulo usa duas palavras muito fortes: “Arraigados e consolidados”. Arraigado e o mesmo que lançar raízes é como uma árvore que lança suas raízes no solo para poder crescer. Em frente à Comunidade Reviver, tem uma árvore muito alta, mas com uma inclinação muito intensa, manifestei minha preocupação com essa árvore a um profissional da área, falei do medo que eu tinha dessa árvore cair em cima dos prédios e causar uma tragédia. Ele me respondeu dizendo que a árvore estava em plena saúde, para eu não preocupar com a altura dela, pois quanto mais alta, mais suas raízes cresciam e se arraigava no solo e a base onde ela estava era sólida, ou seja, o terreno era bom. Portanto uma fé arraigada é uma fé que fixou de maneira consistente no coração do homem e da mulher. É uma fé que radicou no coração do crente e que nada e ninguém poderão tirar. Para que a fé consiga enraizar e o individuo crescer é fundamental que a base seja sólida, assim a fé vai enraizar e consolidar. O que eu estou querendo dizer com isso tudo é que a fé tem que ter como base a experiência de salvação em Cristo Jesus, experiência que se da por um encontro pessoal com ele. Jesus é a rocha sólida, onde fincamos a raiz da fé para que nossa construção seja edificada com segurança. Paulo definiu isso muito bem quando escreveu aos coríntios: “Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo” (1Cor 3,11) O encontro pessoal com Jesus é a base solida. Sustentado nessa base, o seguimento a Jesus por meio de uma formação permanente é o que garantirá a solidez dessa construção. Quanto se fala em formação e formação permanente na RCC, a setores e lideranças que não aceitam, torce a cara, talvez isso se deva a mal entendido no passado, mas que hoje devem ser superado, porque a solidez e o crescimento do movimento dependem da formação dos lideres, não só na formação de líderes, mas em líderes formadores de formadores. É a ordem que Paulo da para Timóteo, “O que ouviste de mim na presença de muitas testemunhas, confiam a homens fieis, que sejam capazes de instruir a outros”. (2Tm 2,2) Eu tenho uma amiga que me relatou um fato interessante que faz parte da história de sua família. A família dela é arraigada Betim, região metropolitana de BH, Ela me disse: “Meu pai quando chegou à Betim não tinha nada, montou com muito trabalho um pequeno comércio que com trabalho e dedicação se transformou em uma distribuidora de bebidas que cresceu e se estabeleceu, abriu filial em várias cidades de destaque no interior de Minas, em pouquíssimo tempo tornou-se um homem mais rico da cidade. O grande erro de meu pai foi pensar que ele nunca iria morrer, ou que não morreria tão novo como foi, 51 anos. Ele nunca deixou as filhas trabalharem com ele, somos duas, e os dois filhos que trabalhavam com ele, nunca conheceram a administração da empresa, não sabia o funcionamento da mesma, porque ele nunca ensinou. Um ano depois da morte dele, meu irmão que assumiu a empresa, a levou a falência, tivemos que dispor de terrenos e galpões que tínhamos nas cidades espalhadas pelo estado para saldar dívida, depois de 20 anos da morte dele ainda estamos com dívidas e os irmãos não conversam entre si, fica um culpando outros, e outros culpando um, mas o grande erro foi de meu pai que não formou ninguém para fica no seu lugar. Irmãos, isso pode acontecer em nossos grupos de oração, caso nossa metodologia de evangelização não seja a mesma metodologia de Jesus, metodologia essa encarnada por Paulo, a do discipulado, que inclui o seguimento a Jesus e uma formação permanente de seus membros. O discípulo com a mentalidade de formador é um discípulo empreendedor, que tem conhecimento da vontade de Deus. Paulo escrevendo a Timóteo nos revela qual a vontade de Deus: Deus “deseja que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”. (1Tm 2,4) Então tendo o conhecimento de Que Deus quer que todos os homens se salvem o que você como coordenador de Grupo de oração, membro de núcleo ou ministério tem que fazer? A resposta é única e lógica, fazer com que todos os homens e mulheres cheguem ao conhecimento da Verdade que é Jesus pelo anúncio do Evangelho. Agora a pergunta é outra, você pode correr com a Palavra de Deus por sua comunidade, paróquia e pela Arquidiocese e levar o evangelho a todos os homens e mulheres que precisam? Claro que não pode, não tem como uma só pessoa atingir tanta gente. Mas em vez de você correr com a Palavra, você pode fazer a Palavra correr. Entretanto, para fazer a Palavra correr você precisa formar corredores. Verdadeiros maratonistas da palavra, que se espalhem por todos os pontos fazendo a palavra correr. Engraçado, que eu conversava com um servo da RCC a respeito da necessidade de formação. Ele é um dos contrários a essa questão de formação. Ele retrucou minha argumentação a respeito de formação dizendo o seguinte: Eu sou contra esse negocio de formação, prefiro agir como Paulo. Ele teve um encontro pessoal com Jesus no caminho de Damasco e depois sem dar satisfação a ninguém começou a pregar e testemunhar o nome de Jesus, Paulo não teve que freqüentar nenhum curso de formação e também não teve nenhum mestre formador. O Próprio Jesus era contrário a essa idéia, quanto ele disse: “Não vos façais chamar de mestres, porque só tende um Mestre, o Cristo”. (Mt 23,10) Será mesmo que Paulo não teve nenhum formador? Claro que essa idéia e falsa. Paulo teve pelo menos quatro formadores em sua caminhada, se assim não fosse, não teria chegado a compreensão do projeto de Deus como ele chegou. O primeiro Formador de Paulo o Mestre Gamaliel, como ele mesmo afirma: “Eu sou Judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas me criei nessa cidade, instrui-me aos pés de Gamaliel em toda observância da lei de nossos pais” (At 22,4) Como ele mesmo afirma Gamaliel foi o responsável por sua formação religiosa, ensinou tudo que ele sabia a respeito da Torá, porque ele dominava muito bem á, a lei de Deus. Em suas cartas Paulo se mostra grande conhecedor da Lei, e dos profetas, isso ele aprendeu na escola de formação do mestre Gamaliel. O segundo formador de Paulo não é identificado, mas pela formação intelectual, sabemos que ele existiu. Paulo é conhecido pelos exegetas como homem de três almas, porque conhecia muito bem a cultura judaica, era judeu de sangue, cidadão romano de direito e profundo conhecedor da cultura grega. Gamaliel o formou na cultura judaica, mas alguém teve que formá-lo na cultura romana e grega. Essa formação Greco romana foi de fundamental importância para que ele não caísse no fundamentalismo judeu e farisaico. O terceiro formador de Paulo o discípulo Ananias. Depois do encontro de Paulo com Jesus na estrada de Damasco. Jesus lhe ordena: “Levanta-te e vai a Damasco e lá te será dito tudo o que deves fazer”. (At 22,10) Chegando a Damasco Ananias se apresenta a Paulo dizendo: “Irmão Paulo recobra a tua vista” (At 22,13) Naquele mesmo instante ele voltou a enxergar. A primeira missão de Ananias foi a de fazer Paulo enxergar, até antes do acontecimento na estrada de Damasco, ele só enxergava a lei como caminho de salvação, no episódio da estrada ele vê Jesus, apesar de sair dali convicto de que Jesus é o caminho de salvação, ele ainda via de maneira confusa, enxergava Jesus e a Lei. O baque da conversão foi tão forte que ele passou a ter visão confusa, não sabia o caminho a seguir, por isso foi levado pelos seus companheiros até a cidade. Depois continuou Ananias, “O Deus de nossos pais te predestinou para que conhecesses a sua vontade, visse o justo” (At 22,14a) a Segunda parte da missão do Formador Ananias foi a de fazer Paulo conhecer a vontade de Deus, sem conhecer o desejo de Deus não tem como servi-lo. E fazer com que ele visse o Justo. O Justo é Jesus! Talvez você me pergunte, mas ele não o tinha visto no caminho? Tinha sim, mas ele estava com a visão confusa, enxergava Jesus misturado com a Lei, agora Ananias amplia a visão dele, isso faz que Paulo considere tudo como perca em comparação ao bem maior: Conhecer Cristo Jesus. Ananias, além de ministrar a Paulo o sacramento do batismo, orando para que ele fique cheio do Espírito Santo, forma em Paulo a consciência missionária, “pois lhe serás, diante de todos os homens, testemunha das coisas que tendes visto e ouvido”. (At 22,15) O quarto formador de Paulo é o maior e mais importante, não para menosprezar os outros, mas porque ele além de ter pessoalmente trabalhado na formação dele, atuou inspirando os outros formadores: O Espírito Santo. Depois da crise inicial que Paulo viveu no início de seu ministério, a Igreja de Jerusalém o envia para Tarso. Paulo vai para casa, era hora de parar, Deus não queria lhe falar mais daquele modo espetacular no caminho de Damasco; era o momento de Paulo se recolher ao silencio, para Deus lhe falar ao coração. Paulo ficou 14 anos em total anonimato, alguns estudiosos afirmam que ele foi para o deserto da Arábia, era chegada à hora do Espírito Santo plasmar no filho ilustre de Beijamim a imagem de Cristo Jesus. Chegou o momento de ele viver o que muitas vezes ele tinha lido na profecia de Oseías, “Atrair-lhe-ei ao deserto e falar-lhe-ei ao coração”. (Os 2,16) A relação de Paulo com o Espírito Santo era tão pessoal e íntima que ele chega a dizer sem nenhuma vanglória o seguinte: “Asseguro-vos irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. Não recebi nem aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo” (Gal 1,11-12) O Espírito Santo é que revela a Paulo o evangelho pregado por ele. Paulo encarnou tanto o Evangelho revelado pelo Espírito que ele Chega a chamar de seu o Evangelho, “Aquele que é poderoso para vos confirmar, segundo meu Evangelho”. (Rm16,25) O evangelho era dele. O Espírito Santo não só revelou a ele a Boa Nova, mas indicava a ele onde, não devia e onde ele deveria pregar. “Atravessando a Frígia e a província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar o Evangelho na província da Ásia. Ao chegarem aos confins da Mísia, tencionavam seguir para a Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. Dpois de haverem atravessado rapidamente a Mísia, desceram a Trôade. De noite Paulo teve uma visão: um macedônio, em pé diante dele, lhe rogava: passa à Macedônia e vem em nosso auxilio. Assim que teve essa visão, procuramos partir para a Macedônia, certos de que Deus nos chama a pregar-lhe o Evangelho” (At 16.6-10) Vamos nos unir a oração de Paulo, a oração da Igreja e pedir a Jesus que venha nos robustecer com nova efusão do Espírito Santo, Que Ele forme em nós essa consciência de discípulos formadores de formadores, para a maior glória de Deus, para o bem da Igreja e para o crescimento da RCC em nossa Arquidiocese!