domingo, 18 de dezembro de 2011

QUARTO DOMINGO DO ADVENTO

Quarto domingo do advento. Primeira leitura 2 Samuel 7,1-5.8b-12. 14ª. 16 – Segunda leitura RM 16,25-27 – Evangelho LC 1, 26-38. A liturgia desse quarto domingo do advento me faz recordar a primeira vez que eu fui assistir uma apresentação teatral. Tudo para mim era mistério, eu não conhecia si quer o interior de um teatro. Quando eu entrei, não tive boa impressão, estava tudo na penumbra, uma cortina avermelhada velava o palco e uma música orquestrada quebra o silencio e aumentava minha expectativa para o inicio da apresentação. Aos poucos começa aumentar o volume da música, também se ouvia o barulho dos trilhos da cortina se abrindo e aos poucos aparecia diante de meus olhos um cenário maravilhoso com uma luz intensa a espera dos atores. Paulo, na carta aos Romanos dá glória a Deus, que por meio da pregação do Evangelho a ele confiado; revela ao mundo o mistério que estava em sigilo desde todo sempre. Deus pela pregação de Paulo, que anunciava Jesus Cristo, abre a cortina para que o mistério da encarnação do verbo chegasse ao conhecimento de toda humanidade. Desde a queda do homem no paraíso, Deus promete a homem uma intervenção salvífica e ao longo da história da Salvação, Ele vem preparando esse acontecimento, sobre o véu do mistério, mistério esse, que estava sendo guardada na sagrada Escritura. Através dos acontecimentos no cotidiano do povo da antiga aliança Deus vai preparando o cenário para cada ato dessa grande apresentação. No desejo de Davi em construir uma casa digna que abrigasse a Arca da Aliança, que era o grande sinal da presença divina no meio do povo, Deus lhe surpreende com uma palavra profética vinda da boca de Natã: “Fui eu que te tirei do pastoreio, do meio das ovelhas, para que fosses o chefe do meu povo, Israel. Estive contigo em toda a parte por onde andaste, e exterminei diante de ti todos os teus inimigos, fazendo o teu nome tão célebre como o dos homens mais famosos da terra”. Deus faz Davi perceber que é Ele, foi quem tudo fizera. Que é o próprio Deus que no meio da história humana, vai construindo a história da salvação, portanto ninguém melhor que Ele para construir sua própria casa e perpetuar sua presença no seio da humanidade, alvo predileto de seu amor. Para isso conclui a profecia de Natã: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” No Evangelho, Lucas começa abrindo as cortinas e nos fazendo conhecer o mistério a tanto escondido. O anjo Gabriel que entra na presença da Virgem e revela a ela o projeto de Deus, guardado a tempo e ao mesmo tempo sendo preparado para acontecer naquele momento da história humana. Maria fica perturbada com a saudação do anjo, certamente pensando que ele tinha errado de endereço, ela não se achava merecedora da grandeza de tais palavras: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”! Maria a plena da graça de Deus, ouve atentamente da boca do anjo o projeto de Deus, que nela haverá de se concluir de maneira plena. Em seu seio puríssimo o Verbo Divino tornaria se humano, Deus não queria mais está presente no meio do seu povo através de objetos que o simbolizava como a Arca da Aliança, mas por meio de seu Filho Amado. A Palavra de Deus que de maneira mística encanou-se no coração de Maria, agora espera o seu Sim, para encarnar-se de fato em seu seio. Maria só tem uma dúvida: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum”? Ao que o anjo lhe responde, “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus”. Tomando conhecimento de como o fato aconteceria, a Escolhida de Deus, desde toda eternidade, responde com toda liberdade: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”, tornando se assim esposa mística do Espírito Santo e consequentemente a mãe do Verbo Encarnado. Assim como a Virgem Maria fez, todos nós os batizados somos chamado a colaborar com Deus no seu projeto de Salvação. Maria trouxe o Verbo de Deus ao mundo, e todos nós pelo anuncio da boa nova, somos convocados a mostrá-lo presente no meio de nós, dando sentido divino nossa trajetória humana! Para que esse anúncio seja eficiente e eficaz, Deus quer derramar sobre nós a graça do Espírito Santo, para isso Ele espera a abertura de nosso coração.

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