quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Marcas do que se foi

Hoje eu amanheci com vontade de escrever algumas coisas. Vou falar de marcas do que se foi, fica tranqüilo, não vou falar daquela canção dos Incríveis, que a gente sempre canta na virada do ano. Vou falar sim de anos que viraram, que viraram, que viraram e de marcas que ficaram tatuadas no meu coração, não há bisturi ou qualquer tipo de aplicação que consiga removê-las. Essas marcas parecem que estão adormecidas na memória, mas elas têm um sono tão leve, que basta um simples acontecimento para que elas despertem do sono, levantem do seu leito e venham brincar com meu presente. Domingo, cheguei de Carmópolis de Minas muito cansado, deitei um pouco e logo chega minha neta com um pedido: “Vovô, me leva pra tomar açaí?” pedido de neto é um problema, tem coisas que você não faz com os filhos, mas quando chegam os netos é difícil negar. Comecei a imaginar que o lugar estaria cheio, que iria demorar, porque eram três netos. Pedi meu filho para levar (pai dela) ele disse que não iria, pois estava saindo para trabalhar. Foi ai que comecei a pensar: se você soubesse como é importante marcar o coração com boas lembranças, não perderia a oportunidade de tomar açaí com sua filha. Infelizmente a situação financeira na época e a correria para sobreviver não me permitiram viver momentos assim com meus filhos na infância, só depois que eles crescem e a gente amadurece que percebe a falta que isso faz. Ontem a noite meu filho me trouxe a noticia que meu pai tinha passado mal, após uma viagem que ele fez, ai mergulhei na minha infância, na busca de lembranças, queria buscar as marcas do que se foi. Com meu pai aprendi a paixão pelo Cruzeiro Esporte Clube, isso são coisas que não passam, aprendi também na minha infância a ouvir a rádio Itatiaia, meus programas preferidos: programa do Cachangá e rádio Esporte, acreditem eu gostava até de ouvir o comentarista Osvaldo Farias com seu slogam “coragem para dizer a verdade”. Gente eu sou do tempo que ainda não tinha leite em saquinho, embalagem longa vida então nem se imaginava que teria um dia. Sou do tempo que pegava o leite na vaquinha, era um tipo de caminhão pipa, com o leite dentro, ai a gente leva a leiteira e ficava na fila. Bons tempos! E os tempos de escola? Shorts azul marinho com suspensório, eu usava meias preta e calçava Kichute, ou um sapato preto de borracha, conga e coisa de menina, eu pensava assim. Entre as tantas peraltices que eu fiz, lembro de uma que me custou muito caro, peguei uma nota na bolsa de minha mãe, não me recordo o valor, comprei tudo de bolo num restaurante que ficava no caminho da escola, só lembro que foi bolo de mais. Quando cheguei da aula minha mãe me deu uma boa surra e ainda misturou uma lata de feijão e arroz e me colocou para separar, vestido com roupa de mulher, o castigo doloroso (kkkkkk). Vamos lá! Falta a música da época, entre tantas outras, vou escolher o sucesso que estourou em 1967, A Praça, música de Carlos Imperial, cantada por Ronnie Von. Sabe de uma coisa? Vou parar por aqui , sobre as carretinhas de rolimã falo em outra oportunidade.. Marcas do que se foi, tempos que não voltam mais, lembranças que não se apagam, coisas que eu vivi. O passado é uma história que se escreve no presente, viva intensamente seu hoje, amanhã terá para contar marcas do que se foi! Vitório Evangelista

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