domingo, 5 de fevereiro de 2012

Quinto domingo do tempo comum

Leituras: Jó 7,1-4.6-7 1Cor 9,16-19.22-23 MC 1,29-39 Quero começar a reflexão desse quinto domingo com uma frase que Marcos coloca na boca dos apóstolos, liderados por Simão Pedro. “Todos estão de Procurando”. O povo sedento de paz, saúde e alegria, estavam à procura de Jesus. De Jesus que havia libertado o homem possesso na sinagoga, que havia curado a sogra de Pedro e que a muito curou de diversas enfermidades e libertou da opressão do demônio. Hoje não é diferente, temos uma multidão de homens e mulheres a procura do divino, talvez nunca na história humana o homem fosse tão ávido em procurar experiências sobrenaturais, talvez nunca tenha sentido necessidade de um encontro com o sagrado como hoje nós observamos. A sociedade capitalista que com seu apelo ao consumismo, tenta preencher o vazio do coração humano, vai lançando mais ainda o homem nesse vale de isolamento e solidão. A leitura do trecho do livro de Jó e o retrato fiel do vazio da existência movido por valores efêmero. Tudo se torna uma rotina angustiante. A cada dia surge uma nova filosofia propondo responder as inquietações humanas, homens e mulheres que se autodenominam profetas e profetisas, prometem com uma palavra mágica solucionar esse drama vivido pelo homem. Irmãos e irmãs, como Igreja nós temos uma dívida como o homem moderno. Homem esse simbolizado pela sogra de Pedro, que estava acamada, febril, mas logo alguém levou a necessidade dela para Jesus. Ao mesmo tempo em que temos o compromisso de levar a necessidade do homem a Jesus, nós somos a mão de Jesus estendida a esse para reerguê-lo. Vejam bem, todos estavam à procura de Jesus, mas só Pedro e os demais apóstolos sabiam onde ele estava. Só Pedro tinha a resposta certa para o que a multidão procurava. Pedro é o símbolo da Igreja de Cristo, portanto só a Igreja tem a resposta concreta, eficaz e eficiente para responder os anseios do coração humano. A igreja recebeu de Jesus a missão de evangelizar, ela é a fiel depositária da Palavra de redenção, Palavra que ela deve fazer chegar aos ouvidos e, sobretudo ao coração do homem. O que me emociona muito nessa frase de Pedro, “todos estão de procurando” é que Pedro não vai ao encontro de Jesus para si, ele sai o encontro de Jesus em favor dos outros. É para que todos pudessem ter um encontro pessoal com Jesus que Pedro vai ao encontro do mestre e interrompe sua oração. É preciso que cresça em nós batizados a consciência de nossa missão, consciência essa que Paulo faz questão de tornar evidente na carta aos coríntios. “pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição” veja, ele fala que evangelizar é uma necessidade e imposição. Eu tenho por necessidade aquilo que é fundamental para minha existência. Para o apóstolo dos gentios, negligenciar o anúncio do Evangelho era como se ele assinasse sua própria sentença de morte, era deixar morrer aquela experiência bonita e marcante do caminho do Damasco. A imposição que ele fala é exercida pela força do amor. Paulo sentia-se tão amado por Deus, que a força desse amor o impulsionava para a missão, mesmo ele sabendo dos contra tempos e das perseguições que o esperavam em cada localidade. Em outro trecho da carta aos coríntios ele vai dizer: “O amor de Deus nos constrange” (2Cor 5,14) Paulo, livre da imposição da Lei, agora sente acorrentado por esse amor, acorrentado por aquele que o amou e se entregou por ele. Por esse motivo, pregar o Evangelho tornou-se a vida dele. “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho. Diante da liturgia da palavra, desse quinto domingo comum, nos resta tão somente responder ao que a Igreja espera de nós, parafraseando com o próprio Jesus: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois para isso é que eu vim”. Essa é a hora de apresentar a multidão a Jesus, façamos isso então! 05/02/2012

Nenhum comentário: